sábado, 6 de agosto de 2016

Em Grandes Vultos de Cruzeiro - Dr, Othon Barcelos

Em Grandes Vultos de Cruzeiro...






Dr. Othon Alves Barcelos Corrêa


                          

Filho do casal Amélia e Francisco de Assis Barcellos, nasceu em Ouro Preto-MG, no dia 08/07/1901. Era o sexto filho de uma família de onze irmãos.  Formou-se Engenheiro Civil e de Minas, pela Escola de Minas, de Ouro Preto, no ano de 1926. Neste mesmo ano, mudou-se para São Paulo e foi morar por uns tempos na casa de sua irmã, Iphigênia. Chegara com um emprego assegurado, na Comissão de Obras Novas para Abastecimento de Água de São Paulo.
Um ano depois, se demitiu e foi trabalhar na Sociedade e Construtora de Santos, onde conheceu e se tornou amigo do escritor, poeta e futuro senador, Dr. Roberto Simonsen.
Em 1930, buscando sempre novos desafios, se transferiu  para a empresa Serva Ribeiro, onde começou como engenheiro-vendedor. Este emprego desencadeou nele o sonho incontido de abrir uma empresa própria, mas não possuía  capital para tornar este sonho realidade.
Insatisfeito com os rumos desse novo trabalho,  e com um pedido de aumento de salário negado, demitiu~se.
Casou-se em 1931, com Da. Santuzza Borges Barcellos Corrêa, natural de Belo Horizonte. Não tiveram filhos.
A experiência adquirida no ultimo emprego, lhe proporcionou a oportunidade que procurava para realizar o seu sonho de empresário: num domingo, ao ler o jornal pela manhã, dois anúncios lhe chamaram a atenção: Em um, uma empresa em expansão, necessitava comprar uma locomotiva a vapor. No outro, estampado no mesmo jornal, uma fazenda de bananas que estava  desativando suas linhas férreas, punha a venda suas locomotivas e seus vagões.
Othon então ligou para a segunda e perguntou o preço de venda. De posse do referido valor, agregou a ele sua margem de lucro, e ligou para a empresa compradora,  oferecendo a mesma  locomotiva. A empresa aceitou, e ele então, no dia seguinte, foi até a tal fazenda de bananas para efetuar a compra. Para seu espanto, lá chegando, ficou sabendo  que o preço pedido era para duas locomotivas, e não para uma, como havia pensado. Com o lucro da venda da primeira e mais o que  apurou com a venda da segunda locomotiva, procurou o amigo Oscar de Paula Bernardes, e junto com ele, fundou a SOTEMA.
Daí para o sucesso, foi um pulo. Fundou, a seguir, as empresas Sofunge S/A e Fabrica Nacional de Vagões S/A. Entrou como acionista da  Ren-O-Max Ind. Eletrônicas. Participou da criação das empresas: Indústria Metalúrgica Tergal S/A, Industrial e Administradora Ouro Preto S/A, Sibar Comercio, Importação e Exportação S/A, Barber-Greene do Brasil S/A, Comercial, Industrial e Administradora Vila Rica S/A e Ermeto Equipamentos Industriais LTDA.
Foi Presidente da Mercedes Benz do Brasil S/A e conselheiro das empresas: Wolkswagen do Brasil S/A., Companhia Ferro Ligas da Bahia S/A., Companhia Siderúrgica Paulista S/A,  Champion Celulose S/A, e Vice-Presidente da Belgo-Mineira (este cargo ele assumiu no dia 02/08/1966, pouco antes de morrer).  Foi também Diretor da Companhia Paulista de Mineração e da FIESP.




Fundou com muito amor e dedicação a COLSAN – Sociedade Beneficente de Coleta de Sangue e foi também Diretor da Cruz Vermelha Brasileira.
Tendo galgado as mais altas posições em sua vida  social e profissional, no entanto, conversava com todos indistintamente e tinha sempre nos lábios um sorriso ou uma palavra amiga, mesmo para o mais humilde servidor das suas empresas.
Era sempre o cérebro e o dínamo propulsor das companhias que fundava, ou de que participava.
Morreu na noite de 20 de setembro de 1966, aos 65 anos de idade, vítima de um edema pulmonar, depois de ter passado  a tarde em companhia do Ministro do Transporte, Dr Severo Gomes e de ter  participado de um jantar à noitinha, com o Presidente da Companhia Andrade Gutierrez.
A cidade de Cruzeiro reconhecendo  seus méritos, outorgou-lhe o titulo de Cidadão Cruzeirense e o homenageou, também, dando seu nome a uma rua.
Várias são as  histórias que perpetuam seu vulto, como um homem possuidor de um coração extraordinário.
Uma delas, conta que um Mestre da Oficina de Marechal Hermes, chamado José D’ambrósio, pediu para ser transferido para Cruzeiro. Como a meta da empresa era fechar a fábrica carioca, tal transferência foi-lhe dada sem maiores problemas.
Em Cruzeiro, o D’Ambrósio trabalhou mais ou menos um mês, e não se adaptando à cidade, pediu para voltar para o estado de origem. Como não era de interesse da administração atender o pedido do funcionário,  este, revoltadíssimo, discutiu seriamente com a chefia da época e pedindo demissão,  voltou arbitrariamente para Marechal Hermes, sua cidade de origem.
Uma semana depois do ocorrido, já desligado da firma, o D’Ambrósio resolveu ir pescar em Jacarepaguá. Infelizmente, nesta mesma pescaria aconteceu um triste acidente que  resultou na sua morte por afogamento.
A justiça naquele tempo era muito morosa e um processo nos moldes deste, levava um bom tempo para se resolver. E,  em função desta morosidade, certamente a família do D’Ambrósio iria passar sérias dificuldades.

Sabendo da morte  do ex-funcionário, Dr Othon mandou que a companhia pagasse o salário normalmente à viúva, até que o processo fosse definitivamente resolvido. E a família  então recebeu os vencimentos do José D’Ambrósio por quase cinco anos, ininterruptamente.




Homenagem desse seu humilde servo que o admira, e admirará sempre.






2 comentários:

  1. Conheci pessoalmente o Dr Othon. Era um grande homem e um chefe muito amigo dos subordinados. Tinha grande coração e era dotado de muito senso de justiça e honestidade

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  2. Conheci o Dr.Othon e a da.Santusa.Meu pai era vizinho do irmão dele, Dr.Tácito. Uma família muito educada e amiga.

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