Dr. Othon Alves Barcelos Corrêa
Filho do
casal Amélia e Francisco de Assis Barcellos, nasceu em Ouro Preto-MG, no dia
08/07/1901. Era o sexto filho de uma família de onze irmãos. Formou-se Engenheiro Civil e de Minas, pela
Escola de Minas, de Ouro Preto, no ano de 1926. Neste mesmo ano, mudou-se para
São Paulo e foi morar por uns tempos na casa de sua irmã, Iphigênia. Chegara
com um emprego assegurado, na Comissão de Obras Novas para Abastecimento de
Água de São Paulo.
Um ano
depois, se demitiu e foi trabalhar na Sociedade e Construtora de Santos, onde
conheceu e se tornou amigo do escritor, poeta e futuro senador, Dr. Roberto
Simonsen.
Em 1930,
buscando sempre novos desafios, se transferiu
para a empresa Serva Ribeiro, onde começou como engenheiro-vendedor.
Este emprego desencadeou nele o sonho incontido de abrir uma empresa própria,
mas não possuía capital para tornar este
sonho realidade.
Insatisfeito
com os rumos desse novo trabalho, e com
um pedido de aumento de salário negado, demitiu~se.
Casou-se em
1931, com Da. Santuzza Borges Barcellos Corrêa, natural de Belo Horizonte. Não
tiveram filhos.
A
experiência adquirida no ultimo emprego, lhe proporcionou a oportunidade que
procurava para realizar o seu sonho de empresário: num domingo, ao ler o jornal
pela manhã, dois anúncios lhe chamaram a atenção: Em um, uma empresa em
expansão, necessitava comprar uma locomotiva a vapor. No outro, estampado no
mesmo jornal, uma fazenda de bananas que estava
desativando suas linhas férreas, punha a venda suas locomotivas e seus
vagões.
Othon então
ligou para a segunda e perguntou o preço de venda. De posse do referido valor,
agregou a ele sua margem de lucro, e ligou para a empresa compradora, oferecendo a mesma locomotiva. A empresa aceitou, e ele então,
no dia seguinte, foi até a tal fazenda de bananas para efetuar a compra. Para
seu espanto, lá chegando, ficou sabendo
que o preço pedido era para duas locomotivas, e não para uma, como havia
pensado. Com o lucro da venda da primeira e mais o que apurou com a venda da segunda locomotiva,
procurou o amigo Oscar de Paula Bernardes, e junto com ele, fundou a SOTEMA.
Daí para o
sucesso, foi um pulo. Fundou, a seguir, as empresas Sofunge S/A e Fabrica
Nacional de Vagões S/A. Entrou como acionista da Ren-O-Max Ind. Eletrônicas. Participou da
criação das empresas: Indústria Metalúrgica Tergal S/A, Industrial e
Administradora Ouro Preto S/A, Sibar Comercio, Importação e Exportação S/A,
Barber-Greene do Brasil S/A, Comercial, Industrial e Administradora Vila Rica
S/A e Ermeto Equipamentos Industriais LTDA.
Foi Presidente
da Mercedes Benz do Brasil S/A e conselheiro das empresas: Wolkswagen do Brasil
S/A., Companhia Ferro Ligas da Bahia S/A., Companhia Siderúrgica Paulista
S/A, Champion Celulose S/A, e
Vice-Presidente da Belgo-Mineira (este cargo ele assumiu no dia 02/08/1966,
pouco antes de morrer). Foi também
Diretor da Companhia Paulista de Mineração e da FIESP.
Fundou com
muito amor e dedicação a COLSAN – Sociedade Beneficente de Coleta de Sangue e
foi também Diretor da Cruz Vermelha Brasileira.
Tendo
galgado as mais altas posições em sua vida
social e profissional, no entanto, conversava com todos indistintamente
e tinha sempre nos lábios um sorriso ou uma palavra amiga, mesmo para o mais
humilde servidor das suas empresas.
Era sempre o
cérebro e o dínamo propulsor das companhias que fundava, ou de que participava.
Morreu na
noite de 20 de setembro de 1966, aos 65 anos de idade, vítima de um edema
pulmonar, depois de ter passado a tarde
em companhia do Ministro do Transporte, Dr Severo Gomes e de ter participado de um jantar à noitinha, com o
Presidente da Companhia Andrade Gutierrez.
A cidade de
Cruzeiro reconhecendo seus méritos,
outorgou-lhe o titulo de Cidadão Cruzeirense e o homenageou, também, dando seu
nome a uma rua.
Várias são
as histórias que perpetuam seu vulto,
como um homem possuidor de um coração extraordinário.
Uma delas,
conta que um Mestre da Oficina de Marechal Hermes, chamado José D’ambrósio,
pediu para ser transferido para Cruzeiro. Como a meta da empresa era fechar a
fábrica carioca, tal transferência foi-lhe dada sem maiores problemas.
Em Cruzeiro,
o D’Ambrósio trabalhou mais ou menos um mês, e não se adaptando à cidade, pediu
para voltar para o estado de origem. Como não era de interesse da administração
atender o pedido do funcionário, este,
revoltadíssimo, discutiu seriamente com a chefia da época e pedindo
demissão, voltou arbitrariamente para
Marechal Hermes, sua cidade de origem.
Uma semana
depois do ocorrido, já desligado da firma, o D’Ambrósio resolveu ir pescar em
Jacarepaguá. Infelizmente, nesta mesma pescaria aconteceu um triste acidente
que resultou na sua morte por
afogamento.
A justiça
naquele tempo era muito morosa e um processo nos moldes deste, levava um bom
tempo para se resolver. E, em função
desta morosidade, certamente a família do D’Ambrósio iria passar sérias
dificuldades.
Sabendo da
morte do ex-funcionário, Dr Othon mandou
que a companhia pagasse o salário normalmente à viúva, até que o processo fosse
definitivamente resolvido. E a família
então recebeu os vencimentos do José D’Ambrósio por quase cinco anos,
ininterruptamente.
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Homenagem desse seu humilde servo que o admira, e admirará sempre.
Conheci pessoalmente o Dr Othon. Era um grande homem e um chefe muito amigo dos subordinados. Tinha grande coração e era dotado de muito senso de justiça e honestidade
ResponderExcluirConheci o Dr.Othon e a da.Santusa.Meu pai era vizinho do irmão dele, Dr.Tácito. Uma família muito educada e amiga.
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