Dr. Isaac Alfredo Vaz Cerquinho
(Infelizmente não tenho a foto dele)
Mas se fecharmos os olhos poderíamos imaginá-lo andando por estas ruas de Cruzeiro, pois foi nessa época que ele aqui morou
Segundo
pude apurar, e infelizmente muito pouco apurei, Dr. Isaac Cerquinho, era um
pernambucano, natural da cidade de Limoeiro, onde nasceu em 29 de outubro de
1880.
Foi um batalhador incansável da democracia. Fez parte da comitiva de Rui
Barbosa, que no inicio do século XX,
andou por este Brasil afora,
pregando a sua Campanha Civilista.
Apareceu
aqui em Cruzeiro no ano de 1925, quando veio integrado na Companhia de Teatro
João Rios, para uma temporada de
apresentações desta companhia, no cine-teatro Odeon.
Esta
temporada foi de mais ou menos uma semana. Antes de cada espetáculo, Cerquinho
entrava no palco e fazia um discurso. E excelente orador como era, dá para se
perceber que este discurso, mesmo eu não sabendo sobre o quê ele discursava,
envolvia toda a platéia. Razão esta, que fazia o seu discurso, parte
fundamental do espetáculo.
Estranhamente,
no final desta pequena temporada em Cruzeiro, Cerquinho resolveu não mais
seguir com a companhia teatral. Alugou uma casa, ali na rua 3, e colocando uma
placa de Advogado, o que realmente ele era, passou a ser o morador mais novo da
cidade de Cruzeiro.
Era muito
obeso, pesava cerca de 120 kgs. Mas era de uma cultura tão grande quanto a sua
gordura.
Em 1927, prefaciou o livro “Alma Errante”, de Nicolino Ferrari. Mas
quando abrimos esse tal livro, o que se vê é uma verdadeira aula de poesia e
literatura, narradas em mais ou menos umas vinte páginas, que até ele
mesmo chegou a questionar, se aquilo que havia escrito, pudesse ser chamado de Prefácio.
Eu fiquei pasmo, quando li este texto. E através dele, pude mensurar quão
grande devia ser a sua capacidade intelectual.
Foi
advogado, poeta, compositor e eloquente orador. Durante o tempo que viveu aqui
em Cruzeiro, era freqüentemente requisitado para discursar em qualquer festa.
Casou-se
aqui com uma professora, de nome Tereza Soares. Não tiveram filhos. Faleceu em
17 de janeiro de 1937 e foi sepultado em uma campa, ás margens do Rio Paraíba,
no cemitério local. Contava nesta data, 56 anos de idade...
Reconhecendo
seus feitos, a cidade de Cruzeiro deu seu nome, à uma de suas ruas.
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